Profª de Filosofia e Sociologia da Rede Estadual de Goiás desde 2010.
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[3ª Série] Filosofia: Ainda sobre cidadania...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pessoal,

Ainda sobre o tema Cidadania, fiquei pensando qual música poderia sugerir a vocês que tratasse do tema. Foi então que me lembrei da canção interpretada por Zé Ramalho: Cidadão. A música conta a história de um trabalhador da construção civil que, ao longo da sua vida, construiu prédios, escolas, igrejas etc, no entanto, não tinha acesso a estes prédios (salvo a igreja), muito menos aos serviços públicos que eram oferecidos neles.

A canção é uma crítica ainda atual as condições de vida das quais muitos brasileiros fazem parte. São milhares de pessoas que sustentam suas famílias com subempregos, sem direitos trabalhistas, em funções penosas, recebendo salários que não são suficientes para manterem uma vida digna, mas que mesmo assim são a base da nossa sociedade. 

Leiam a canção. Se tiverem interesse em ouvi-la, cliquem no título para acessar a página do YouTube. ;)
Profª Karoline

Zé Ramalho

Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...

Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar
Minha filha inocente
Vem prá mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer...

Tá vendo aquela igreja moço
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"

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