Profª de Filosofia e Sociologia da Rede Estadual de Goiás desde 2010.
"Quem educa com carinho e seriedade, educa para sempre".
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[1ª Série] Filosofia: A Explicação Mitológica do Mundo

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Galerinha, segue um texto para aprofundar o conteúdo trabalhado em sala! =)
Profª. Karoline

A Explicação Mitológica do Mundo



A filosofia surge por volta do século VII a.C na Grécia Antiga. Havia outra forma de explicação do mundo antes do surgimento da filosofia, a explicação por meio da mitologia. A mitologia é o conjunto de mitos de um determinado povo. Mas afinal, o quê é um mito? Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder, etc.).

O Mito (Mythos) é narrado pelo poeta-rapsodo, que escolhido pelos deuses transmitia o testemunho incontestável sobre a origem de todas as coisas, oriundas da relação sexual entre os deuses, gerando assim, tudo que existe e que existiu. Os mitos também narram o duelo entre as forças divinas que interferiam diretamente na vida dos homens, em suas guerras e no seu dia-a-dia, bem como explicava a origem dos castigos e dos males do mundo. Ou seja, a narrativa mítica é uma genealogia da origem das coisas a partir de lutas e alianças entre as forças que regem o universo. Por exemplo, o poeta Homero, na Ilíada, obra que narra a guerra de Tróia, explica por que, em certas batalhas, os troianos eram vitoriosos e, em outras, a vitória cabia aos gregos. Os deuses estavam divididos, alguns a favor de um lado e outros a favor do outro. A cada vez, o rei dos deuses, Zeus, ficava com um dos partidos, aliava-se com um grupo e fazia um dos lados - ou os troianos ou os gregos - vencer uma batalha. A causa da guerra, aliás, foi uma rivalidade entre as deusas. Elas apareceram em sonho para o príncipe troiano Paris, oferecendo a ele seus dons e ele escolheu a deusa do amor, Afrodite. As outras deusas, enciumadas, o fizeram raptar a grega Helena, mulher do general grego Menelau, e isso deu início à guerra entre os humanos.

O texto abaixo do filósofo Mircea Eliade trata dos mitos:

O mito conta uma história sagrada, quer dizer, um acontecimento primordial que teve lugar no começo do Tempo, desde o início. Mas contar uma história sagrada equivale a revelar um mistério, pois as personagens do mito não são seres humanos: são deuses ou Heróis civilizadores. Por esta razão seus feitos constituem mistérios: o homem não poderia conhecê-los se não lhe fossem revelados. O mito é pois a história do que se passou em tempos idos, a narração daquilo que os deuses ou os Seres divinos fizeram no começo do Tempo. “Dizer” um mito é proclamar o que se passou desde o princípio. Uma vez “dito”, quer dizer, revelado, o mito torna-se verdade apodítica1: funda a verdade absoluta. “É assim porque foi dito que é assim”, declaram os esquimós netsilik a fim de justificar a validade de sua história sagrada e suas tradições religiosas. O mito proclama a aparição de uma nova “situação” cósmica ou de um acontecimento primordial.

[...] Cada mito mostra como uma realidade veio à existência, seja ela a realidade total, o Cosmos, ou apenas um fragmento: uma ilha, uma espécie vegetal, uma instituição humana. Narrando como vieram à existência as coisas, o homens explica as e responde indiretamente a uma outra questão: por que elas vieram à existência? O “por que” insere se sempre no “como”. E isto pela simples razão de que, ao se contar Como uma coisa nasceu, revela se a irrupção do sagrado no mundo, causa última de toda existência real.

[...] A função mais importante do mito é, pois, “fixar” os modelos exemplares de todos os ritos e de todas as atividades humanas significativas: alimentação, sexualidade, trabalho, educação etc. Comportando se como ser humano plenamente responsável, o homem imita os gestos exemplares dos deuses, repete as ações deles, quer se trate de uma simples função fisiológica, como a alimentação, quer de uma atividade social, econômica, cultural, militar etc.

[...] Na Nova Guiné, numerosos mitos falam de longas viagens pelo mar, fornecendo assim “modelos aos navegadores atuais”, bem como modelos para todas as outras atividades, “quer se trate de amor, de guerra, de pesca, de produção de chuva, ou do que for... A narração fornece precedentes para os diferentes momentos da construção de um barco, para os tabus sexuais que ela implica etc.” Um capitão, quando sai para o mar, personifica o herói mítico2 Aori. “Veste os trajes que Aori usava, segundo o mito; tem como ele o rosto enegrecido e, nos cabelos, um love semelhante àquele que Aori retirou da cabeça de Iviri. Dança sobre a plataforma e abre os braços como Aori abria suas asas”.

[...] A repetição fiel dos modelos divinos tem um resultado duplo: (1) por um lado, ao imitar os deuses, o homem mantém-se no sagrado e, conseqüentemente, na realidade; (2) por outro lado, graças à reatualização ininterrupta dos gestos divinos exemplares, o mundo é santificado. O comportamento religioso dos homens contribui para manter a santidade do mundo (Mircea Eliade. O sagrado e o profano).

1 Apodítica: indiscutível; que não pode ser contestado.
2 Mítico: relativo ao mito.

[1ª Série] Filosofia: Alguns Mitos

Mito de Tor:  
Antes de o Cristianismo chegar à Noruega, acreditava-se que Tor cruzava os céus numa carruagem puxada por dois bodes. E quando ele agitava seu martelo, produziam-se raios e trovões. A palavra “trovão” – Thor-døn em norueguês – significa originariamente “o rugido de Tor”. Em sueco, a palavra para trovão é åska, na verdade ås-aka – que significa a jornada dos deuses no céu.
Quando troveja e relampeja, geralmente também chove. E a chuva era vital para os camponeses da era dos vikings. Assim, Tor era adorado como o deus da fertilidade.
A resposta mitológica à questão de saber por que chovia era, portanto, a de que Tor agitava seu martelo. E quando caía a chuva, as sementes germinavam e as plantas cresciam nos campos.
Não se entendia por que as plantas cresciam nos campos e como davam frutos. Mas os camponeses sabiam que isto tinha alguma coisa a ver com a chuva. Além disso, todos acreditavam que a chuva tinha algo a ver com Tor. E isto fazia dele um dos deuses mais importantes do Norte da Europa.
(GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Cia das Letras, São Paulo, 1998. Página 34-35.)

Mito da Criação da Humanidade: De acordo com a mitologia grega, por exemplo, os Titãs foram os primeiros habitantes do universo. E um destes titãs chamado Prometeu pegou barro e misturou com suas lágrimas depois trabalhando com paixão e dedicação, ele modelou uma estatua na qual em seu próprio significado seria um Deus. Prometeu estava orgulhoso de seu primeiro feito e decidido à criar uma multidão de estátuas.
Quando Prometeu terminou suas estátuas, viu que elas eram inanimadas, burras, sempre imóveis, simplesmente algo sem vida.
No entanto algo ainda estava faltando nessas estátuas, e foi a deusa Atenas que concedeu sabedoria a Prometeu. Atenas levou uma xícara de néctar e banhou o rosto principalmente os lábios de cada estátua, quando as estátuas feitas de barro e lágrimas beberam um pouco do tal néctar uma nova luz brilhou em seus olhos, a partir daí as estátuas ganharam o poder do raciocínio e pensamento, que foi o que lhes faltavam para terem vida.

Mito grego da alternância das estações:  
Deméter (filha do deus Cronos e de Réia), deusa da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano teve uma filha com Zeus, chamada Perséfone. Ela era uma jovem muito bela, despertando assim o amor dos deuses. Hades, deus do submundo se apaixonou por ela e tomado pela vontade de tê-la ao seu lado a raptou enquanto ela colhia flores com as ninfas da floresta. Deméter, ficou inconsolável com o rapto de sua filha, descuidando-se assim de suas tarefas de cuidar das terras e das lavouras, causando escassez de alimentos. Junto com Hermes, a deusa foi até o reino de Hades para buscar a sua filha, mas esta não tinha rejeitado totalmente o deus obscuro. Assim, estabeleceu-se um acordo: ela passaria metade do ano junto a seus pais, e o restante com Hades. Quando estava no Olimpo sua mãe estava feliz, portanto, capaz de cuidar das lavouras e da fertilidade da terra. Já enquanto estava no submundo, Deméter tomada pela tristeza os campos secavam e as sementes não brotavam. Este mito justifica o ciclo das estações do ano.

[A todos] Ano letivo 2013

sábado, 19 de janeiro de 2013



A vitalidade é demonstrada não apenas pela persistência, mas pela capacidade de começar de novo. Scott Fitzgerald


Caros alunos,

O ano de 2013 traz, para mim, mais do que um ano novo. Ele me proporcionará um novo desafio como professora: lecionar em uma nova escola, em uma nova cidade com uma realidade educacional a descobrir.

Orizona é minha nova casa. Fui muito bem recebida e até o momento tive contato apenas com pessoas maravilhosas! 

Aos meus ex-alunos, agradeço a oportunidade de ensinar e de aprender a ser a cada dia uma professora melhor! Continuem frequentando o blog. Pretendo mantê-lo ativo e com muitas novidades para as aulas de Filosofia e Sociologia. Ah! Não esqueçam dos meus conselhos! Um dia vocês entenderão os motivos pelos quais eu "pegava tanto no pé" de vocês! Sentirei saudades (aliás, já estou)! :' )


Aos meus novos alunos desejo um ano letivo proveitoso, que possamos nos apropriar dos saberes que nos serão colocados nesta ano e que cada um consiga dar seus próprios passos, trilhar novos caminhos, ousar e transformar (-se). Desejo também que tenhamos um ano letivo de respeito, metas alcançadas, compromissos, amizades, sucessos e muita aprendizagem!

Profª. Karoline