Sabia que a origem de Atenas está ligada a uma disputa entre deuses?
No texto abaixo vocês poderão conhecer qual foi a justificativa (mitológica para a origem da cidade de Atenas).
Imagem de capa – Atena confrontando Posídon, pintura em vaso, século VI a.C., fonte: wikimedia.
A origem de Atenas está ligada a uma disputa divina
Atenas é uma das cidades mais antigas do mundo, cuja tradição diz ter sido nomeada no seguimento de uma disputa divina, entre dois poderosos deuses olímpicos. A origem de Atenas está assim ligada a uma disputa divina entre a deusa Atena e Poseidon.
Logo após a Guerra entre os Titãs (Titanomaquia), os deuses Atena e Poseídon disputaram a região da Ática, governada pelo rei Crécops. Os habitantes ofereceriam a cidade e a sua devoção ao deus que os presenteasse com a dádiva mais preciosa. Em alguns relatos, a dádiva mais preciosa era identificada como a mais útil.
Quais foram as dádivas do deus Poseidon e da deusa Atena?
Camafeu com as figuras de Posídon e Atena, século XIII. Biblioteca Nacional da França
Para conquistar o favor do rei e da cidade de Atenas o deus Poseidon e a deusa Atena ofereceram grandiosas demonstrações dos seus poderes. Poseídon, deus dos mares, mostrou o seu poder cravando o seu tridente no chão e de uma fonte de água salgada brotou um cavalo veloz e forte, valioso para a guerra e que agradou a Crécops e ao seu povo.
Atena, por seu lado, fez crescer no centro da cidade uma esplêndida oliveira de folhas douradas, carregada de fruto. Esta árvore ficará para sempre ligada à origem de Atenas e à mitologia associada à cidade.
A oliveira na origem de Atenas
O povo ficou maravilhado com a árvore. Para os Gregos, a oliveira era a mais nobre das árvores que crescia nas zonas mediterrânicas, sendo resistente às secas e fornecendo os frutos com os quais se produzia o azeite – alimento fortificante dos músculos de atletas e guerreiros e combustível para habitações comuns e templos.
No seguimento deste episódio, a importância prática desta árvore rapidamente se associou a uma natureza divina.
A escolha da deusa Atena e a Acrópole
A cidade escolheu a deusa da sabedoria como sua patrona e ergueu um santuário na Akrópolis, o ponto mais alto da cidade. E, de cada vez que, nos Jogos Olímpicos, um atleta usava o azeite na preparação da sua comida ou como unção de pele, antes das provas, os áticos acreditavam que estavam em comunhão com a deusa e teriam o seu favor.
Mas quem eram estes dois deuses gregos e como são representados na mitologia?
Atena e Poseidon faziam parte dos 12 deuses do Olimpo.
Atena
Filha de Zeus e Métis (primeira esposa de Zeus)
Funções fundamentais da deusa Atena
Atena e o Centauro, Sandro Botticelli. c. 1482. Galleria degli Uffizi, Florença
Deusa de inteligência prática, da guerra estratégica e da astúcia («métis»).
Guardiã do palácio fortificado, dos lugares habitados, das crianças e adolescentes, da saúde.
Protetora dos trabalhos feitos em casa: têxteis, cerâmica, ourivesaria.
Protetora dos heróis em caso de guerra e, contra a guerra, da cidade.
Símbolos da deusa Atena
Oliveira, coruja
Lança, serpente
Escudo, égide
Poseidon
Posídon, 550–525 a.C. – peça depositada no Museu do Louvre
Filho de Cronos e Geia
Funções fundamentais do deus Poseidon
Deus do mar (especialmente tempestuoso), protetor dos marinheiros e pescadores.
Senhor das profundidades misteriosas.
Abalador do solo: autor dos tremores de terra e das águas correntes.
Domador de cavalos (possivelmente ligado ao romper das águas).
Símbolos do deus Poseidon
Peixe
Tridente
Cavalo
Por Yolanda Silva, autora do curso Mitologia Greco Romana.