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[3ª Série] Sociologia: Taylorismo e Fordismo

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O Taylorismo
O taylorismo é um sistema de relações de trabalho elaborado com base nos estudos do norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915). Os princípios tayloristas de produtividade e tempo útil já se encontravam nos escritos de Adam Smith, de 1776. Taylor apenas aperfeiçoou essas concepções, utilizando-se de um sofisticado sistema de controle.
“O taylorismo pretende-se um método científico de racionalizar a produção, economizando tempo mediante a eliminação ao máximo de gestos e atitudes improdutivas.”
Segundo Taylor, a produção dependia muito da boa vontade do trabalhador. Como só trabalhava porque era obrigado, o trabalhador, sempre que não estava sob o olhar do patrão ou do contramestre, fazia "corpo mole" e "matava o serviço".
Para aumentar a produção e garantir ao capitalista a expansão de seu mercado e de seus lucros, era preciso quebrar a prática da indolência e da preguiça entre os trabalhadores. Para isso, Taylor propunha aperfeiçoar a já existente divisão entre o trabalho intelectual de planejamento, concepção e direção e o trabalho manual da produção direta. A função do trabalho intelectual era eliminar qualquer autonomia do trabalhador braçal na produção. Taylor sugeria o estudo detalhado de todas as operações de produção, decompondo as tarefas em movimentos elementares e ritmados pela velocidade da máquina. O ritmo da máquina deveria ser cronometrado, sendo esse o tempo produtivo do trabalhador.

O Fordismo
O Fordismo, introduzido por Henry Ford (1886-1947) na fabricação em massa de automóveis, foi uma continuidade do taylorismo. Sua principal inovação – a linha de montagem – consistia na inclusão de uma esteira rolante que transportava as peças eram transportadas até ele, o trabalhador se confundia com a própria maquina e era obrigado a manter um ritmo-padrão de tempo e de produção. Esse método exigia apenas atividade motora e dispensava qualquer possibilidade de iniciativa própria.

Ford despersonalizou a tal ponto o trabalhador que, mesmo tendo-se elevado os salários, verificou-se um alto índice de rotatividade nas fábricas. Tornada insuportável a vida dentro da produção, o trabalhador, sempre que encontrava oportunidade, pressionava para obter maiores salários ou demitia-se.

Dissumandos em "progresso tecnológico", o taylorismo e o fordismo ainda hoje brutalizam o trabalhador, reduzindo-o a um mero autônomo cumpridor de ordens e de ritmos estranhos à sua vontade e à sua natureza. Ambos são formas de organização da produção que se encontram disseminadas em praticamente todos os tipos de trabalho, como nos grandes escritórios, nos bancos, etc.

A melhor crítica aos métodos idealizados por Taylor e Ford encontra-se no filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin.


TRABALHO E ALIENAÇÃO
O trabalho nas sociedades industriais é sinônimo cada vez mais de alienação do homem em relação à sua natureza. O homem moderno, apesar de haver conquistado uma série de direitos e liberdades, de certa forma guarda alguma semelhança com a alienação do escravo ou do servo.
Aquilo que o trabalhador produz tem mais importância que ele, produtor. A mercadoria que define as suas condições de vida e de trabalho, define, enfim, a sua identidade.
A alienação é, portanto, o processo da coisificação do homem por meio do trabalho.

A REALIZAÇÃO NO MERCADO CONSUMIDOR

É comum ouvirmos que realização significa “vencer na vida”. E esse “vencer” é basicamente acumular bens materiais e ostentar poder. É “vencedor” aquele sujeito que possui carro do ano, veste-se com as melhores grifes e, de preferência, frequenta os locais badalados.
A obsessão pelo vencer – que é a mesma pelo poder – é uma das principais doenças das sociedades modernas. O consumismo egocêntrico transformam o mundo em um ringue de boxe – vence o mais forte ou o mais esperto.

"À medida que a esfera do trabalho se alarga, a do riso diminui" - Octavio Paz

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