Pensando sobre os conceitos de sexo, sexualidade e gênero.
O termo “sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é
relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal. Pode-se dizer que é traço mais
íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo
de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo.
Muitas vezes se confunde o conceito de sexualidade com o do
sexo propriamente dito. É importante salientar que um não necessariamente
precisa vir acompanhado do outro. Cabe a cada um decidir qual o momento propício
para que esta sexualidade se manifeste de forma física e seja compartilhada com
outro indivíduo através do sexo, que é apenas uma das suas formas de se chegar à
satisfação desejada.
Sociologicamente é crucial elaborar uma distinção entre os
conceitos de gênero e de sexo. Para o senso comum, aparentemente quererem dizer
o mesmo. Entretanto, sociologicamente há uma diferença substancial entre ambos.
Enquanto sexo se pode facilmente definir pelas diferenças
anatômicas e fisiológicas que definem o corpo masculino e o feminino, por gênero
entendem-se as diferenças psicológicas, sociais e culturais entre os indivíduos
do sexo masculino e do sexo feminino.
Assim sendo, o gênero é uma noção socialmente construída de
masculinidade e feminilidade, não o produto único do sexo biológico de um
indivíduo. Muitas das diferenças existentes entre homens e mulheres são de
origem social e não biológica.
Desde muito cedo, são transmitidos padrões de comportamento
diferenciados para homens e mulheres. O conceito de gênero diz respeito ao
conjunto das representações sociais e culturais construídas a
partir da diferença biológica dos sexos.
Enquanto o sexo diz respeito ao atributo anatômico, no conceito
de gênero toma-se o desenvolvimento das noções de “masculino” e “feminino” como
construção social. O uso desse conceito permite abandonar a explicação da
natureza como a responsável pela grande diferença existente entre os
comportamentos e lugares ocupados por homens e mulheres na sociedade.
Muitas sociedades possuem apenas dois papéis de gênero --
masculino ou feminino -- e estes correspondem ao sexo biológico. Entretanto,
algumas sociedades explicitamente incorporam pessoas que adotam o papel de
gênero oposto ao sexo biológico, por exemplo, em algumas sociedades indígenas
norte-americanas. Outras sociedades incluem papéis bem desenvolvidos que são
explicitamente considerados distintos dos arquétipos (modelos) masculinos e
femininos.
Joan Roughgarden, uma renomada bióloga estadunidense, argumenta
que em algumas espécies animais não-humanas, ocorre a existência de mais de dois
gêneros, de forma que pode haver múltiplas formas de comportamento disponíveis
para organismos de um determinado sexo biológico.
A sociologia contemporânea refere-se aos papéis de gênero
masculino e feminino como masculinidades e feminilidades, respectivamente no
plural ao invés do singular, enfatizando a diversidade tanto dentro das culturas
como entre as mesmas.
A filósofa e feminista Simone de Beauvoir aplicou o
existencialismo para a experiência de vida da mulher: “Ninguém nasce mulher:
torna-se mulher”. A maturidade em relação ao contexto social é aprendida, não
instintiva – e verdade nos estudos de gênero – a feminilidade como uma
aprendizagem social e cultural.
Nos estudos de gênero, o termo gênero é usado para se referir
às construções sociais e culturais de masculinidades e feminilidades. Neste
contexto, gênero explicitamente exclui referências para as diferenças biológicas
e foca nas diferenças culturais. Na sociedade, identidade de gênero se refere ao
gênero em que a pessoa se identifica (i.e, se ela se identifica como sendo um
homem, uma mulher ou se ela vê a si como fora do convencional).
Assistam também a animação “Minha vida de João”, disponível no
YouTube - Desenho animado sem palavras, com 20 minutos de duração, criado para
problematizar as questões de gênero.
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