Filosofia Política – George Wilhelm Friedrich Hegel
O Estado para Hegel
● George Wilhelm Friedrich Hegel – 1770 – 1831.
● Nasceu na Alemanha, em Stuttgart.
● É considerado o expoente máximo do idealismo alemão.
● Elaborou um sistema filosófico tão abrangente, que foi capaz de buscar respostas para a maioria das questões filosóficas, tentando reconciliar a filosofia com a realidade.
Idealismo Alemão
● Idealismo: compreensão de que o sujeito tem um papel mais determinante que o objeto no processo do conhecimento (lembram de Kant?).
● Kant foi quem assentou as bases do que ficaria conhecido como idealismo alemão, que afirmou que das coisas só podemos conhecer a priori aquilo que nós mesmos colocamos nela, que só podemos conhecer o pensamento ou a consciência que temos das coisas
● A ideia de uma inteligência, ou espírito, que se manifesta e se concretiza no mundo será o ponto de partida da Filosofia de Hegel, que entenda que a realidade é um processo análogo (equivalente) ao pensamento.
● “O real é racional e o racional é real”. Ele rompe com a distinção tradicional entre consciência e mundo, sujeito e objeto. Para ele, a realidade se identifica totalmente com o espírito (ideia, razão), enquanto a racionalidade seria o fundamento de tudo o que existe, inclusive a natureza.
● O ser humano é a manifestação mais elevada dessa razão.
Concepção de Estado para Hegel
● Hegel criticou a concepção liberal do estado encontrada em Rousseau, uma vez que essa concepção parte da ideia do indivíduo isolado, que teria se organizado em sociedade.
● Para Hegel, isso é um equívoco. Não existe o indivíduo em estado de natureza. O indivíduo humano é um ser social, que só encontra seu sentido no Estado. O indivíduo isolado é uma abstração.
● O indivíduo é parte orgânica de um todo: o Estado. É historicamente situado, alguém que fala uma língua e é criado dentro de uma tradição. Essas características são anteriores a cada um dos indivíduos isolados.
● É por isso que Hegel considera que o Estado precede o indivíduo. O Estado é concebido, portanto, como fundador da sociedade civil, ao contrário de Rousseau (e demais contratualistas), para quem os homens em seu conjunto que criam o Estado.
● Para Hegel, a realidade é a manifestação da Razão ou Espírito. O Estado é, então, a manifestação do Espírito objetivo em seu desenvolvimento, uma espera que concilia a universalidade humana com os interesses particulares dos indivíduos da sociedade civil.
● Sendo uma manifestação da Razão, o Estado possui uma universalidade que está acima da soma dos interesses individuais.
Citação: O Estado é a realidade efetiva da ideia ética (...) O indivíduo tem, por sua vez, sua liberdade substancial no sentimento de que ele (o Estado) é sua própria essência, o fim e o produto de sua atividade (...) por ser o Estado o espírito objetivo, o indivíduo só tem objetividade, verdade e ética se toma parte dele.
HEGEL, G w. Príncípios.
● Para Hegel, não existe indivíduo em Estado de natureza. Todo indivíduo humano já nasce ser social, inserido em um meio e influenciado por ele.
● O Estado é o conjunto dos indivíduos e estes são parte orgânica do mesmo. É historicamente situado e precede o indivíduo, é fundador da sociedade civil.
● Indivíduo como parte orgânica do Estado. O indivíduo não existe fora do Estado. O indivíduo é o que é, pois está inserido em uma sociedade historicamente constituída, com língua própria e tradição. Tentar compreender o indivíduo de forma isolado é um equívoco.
● A História é o desdobramento do espírito objetivo.
● O Espírito objetivo é a realização humana na sociedade. Manifesta-se no direito, na moralidade e na eticidade, englobando família, sociedade e Estado.
● O Estado político é o momento mais elevado do espírito objetivo, de modo que o indivíduo só existira como membro do Estado.
● A História seria o desdobramento do espírito no tempo. Ela é uma contínua evolução da ideia de liberdade, que se desenvolve segundo um plano racional.
● Para Hegel, conflitos, guerras, injustiças, dominações de um povo sobre outros são compreendidos como contradições ou momentos negativos que funcionam como mola dialética que move a história. São a antítese, que se contrapõe à tese, fazendo surgir uma etapa superior, a síntese.
● Todas as coisas existentes, mesmo as piores, fazem parte de um plano racional e, portanto, têm um sentido dentro do processo histórico. Esse conceito hegeliano recebeu inúmeras críticas, já que pode levar a um certo conformismo ou uma passividade diante das injustiças sociais.
Prof.ª Karoline Rodrigues de Melo
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