Profª de Filosofia e Sociologia da Rede Estadual de Goiás desde 2010.
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[1ª Série] Filosofia: Fragmento de Comte-Sponville

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Texto:

[...] A cena se desenrola no início do século XX, num lugarejo da França rural. Um jovem professor de filosofia passeia com um amigo e encontra um camponês, que seu amigo conhece, lhe apresenta e com o qual nosso filósofo troca algumas palavras.

— O que o senhor faz? — indaga o camponês?
— Sou professor de filosofia.
— Isso é profissão?
— Por que não? Acha estranho?
— Um pouco!
— Por quê?
— Um filósofo é uma pessoa que não liga para nada... Não sabia que isso se aprendia na escola.
O que é um filósofo? É alguém que pratica a filosofia, em outras palavras, que se serve da razão para tentar pensar o mundo e sua própria vida, a fim de se aproximar da sabedora ou da felicidade. E isso se aprende na escola? Tem que ser aprendido, já que ninguém nasce filósofo e já que a filosofia é, antes de mais nada, um trabalho. Tanto melhor, se ele começar na escola. O importante é começar, e não parar mais.

Nunca é cedo demais nem tarde demais para filosofar, dizia Epicuro [...]. Digamos que só é tarde demais quando já não é possível pensar de modo algum. Pode acontecer. Mais um motivo para filosofar sem mais tardar.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda Aranha; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia. São Paulo: Editora Moderna, 2010, p. 15.
COMTE-SPONVILLE, André. Dicionário filosófico. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 251-252.

1 comentários:

Anônimo disse...

É preciso começar a Filosofar. Esse início pode ser na escola. Quando li essa história, tentei me colocar no lugar do camponês. Sendo eu um camponês, perguntaria ao professor de filosofia (da história): o que tem feito a filosofia pelo campo, pelo verde, pelas plantas e consequentemente pelo próprio homem?

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